Bem vindos!

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores.” (Piaget, Jean.
Early childhood education. 1991/pg 97)






OBJETIVO DO PORTFÓLIO REFLEXIVO:

"Registrar a reflexão crítica entre teoria e prática, demonstrando o processo de construção do conhecimento interdisciplinar, como forma de avaliação participativa do ensino e aprendizagem."
(turma PDM 11)

OBSERVAÇÕES:

As informações contidas aqui foram elaboradas por mim, com base nos estudos do curso de pedagogia, experiências compartilhadas e outras fontes. Blog em contínua evolução! Porque devemos sempre querer ser melhores do que antes ;)



sábado, 11 de julho de 2009

2. Sobre a Pedagogia

Quem é o pedagogo?
O pedagogo é um especialista em educação. Compreende e intervém nos processos de ensino e de aprendizagem que acontecem na sociedade. E existe diferença entre o pedagogo e o professor? Acredito que existem sim, e muitas, mas ambos têm o mesmo objetivo: a educação. Existe a necessidade extrema de que o pedagogo/educador, deve se realizar em curso próprio e absorver toda a complexidade de seu objeto de estudo. Porque a educação não está apenas dentro da sala de aula. "Reduzir a ação pedagógica à docência é produzir um reducionismo conceitual, um estreitamento do conceito pedagógico” (Libâneo e Pimenta, 1999). Vemos bem essa ligação observando a presença cada vez maior da violência dentro e fora da escola. Os professores oprimidos e a sua impotência diante dos problemas da sociedade. Sendo assim urgentemente necessário convocar pedagogos para atuar dentro e fora da esfera escolar. Precisamos, nós pedagogos, enfrentar esta tarefa social. Assim o pedagogo, educador por excelência, precisará atuar na escola e nas diversas instâncias educativas da sociedade (com comprometimento social!). Para isso, precisa-se de uma nova e diferenciada formação do pedagogo, pois ele deve ter a consciência de estar formando homens para o exercício da cidadania e, para isso, necessita de comprometimento e autoformação continuada. Neste ponto afirma-se a importância do planejamento no curso de pedagogia e o comprometimento dos profissionais que nele de formarão. É necessário que estes estejam dispostos à esta atuação e reflexão. Pois aí está a base da educação: na formação dos pedagogos. E que tenham o interesse de estudar de verdade para alcançar isso.
Que trabalho é esse?
– Qual sua a profissão? – Que perguntinha para se fazer a uma garota de 21 anos. Rapidamente, respondo: – Sou professora. Quanta responsabilidade esta resposta traz. Apesar de algumas vezes causar sorrisinhos no canto dos lábios, como quem não vê muita importância na palavra “professor”. Mas esta é sim uma das profissões mais importantes que existe. E não é a toa que por mais que existam “maus” professores, a maior parte dessas pessoas que dão o tal sorrisinho sabem ler, escrever e até fazer belos cálculos de aritmética. Ser professor é ser algo muito importante! Pois a educação participa ativamente na formação da sociedade. – E tu gosta de ser professora? – Outra perguntinha sem vergonha que não devia ter saído dos tais lábios risonhos... pois, tem como ser professor sem gostar? Ser professor não é como trabalhar no setor de crediário de uma grande loja, atendendo os clientes de forma mecânica esperando ansiosamente o tempo passar. Ser professor é se doar, se permitir a todo o momento viver intensamente cada situação, procurar entender estes momentos, pensar em como interagir com ele, ver cada pequeno segundo como algo grandioso. Afinal, para uma criança, por exemplo, um segundo é o tempo necessário de você se tornar o seu herói ou seu vilão.
Trabalho, emprego ou profissão?
Construímos com a professora Jussara a idéia de que trabalho é uma ação com um propósito, que possui o objetivo de modificar e produzir matéria e/ou o ambiente. Ele existe desde a pré-história, quando o homem começou a transformar a naturaza ao seu redor. O trabalho era um meio de sobreviver e evoluir. Já emprego é a troca de ação por remuneração. O conceito de emprego surgiu na Revolução Industrial, neste conceito existe a relação entre empregador e empregado. Tais relações que existiam de forma um pouco diferente desde a Antiguidade, onde havia a relação entre escravizador-escravo e na Idade Média na relação entre senhor-servo. A partir da Idade moderna que as coisas começaram a mudar e começa-se a esboçar o conceito de emprego. Mas afinal, qual a relação entre emprego e trabalho? O emprego é sempre um trabalho, mas nem sempre o trabalho será um emprego, pois um trabalho pode ser feito com vínculo e sem remuneração. E qual a relação do trabalho com a sociedade? Acredito que o trabalho é peça fundamental para o funcionamento da sociedade, é a ligação entre as necessidades e capacidades das pessoas. Por exemplo, uma pessoa tem capacidade de produzir alimento e outra necessita dele para sobreviver. A pessoa que consumiu este alimento serve a uma empresa que produz materiais de limpeza que serão usados por muitas outras pessoas, e assim continua o ciclo. Ou seja, sempre existirá trabalho, pois sempre haverá a capacidade de produzir e necessidade de consumir. Um trabalho pode evoluir com investimento em formação. E é disso que se trata uma profissão, uma atividade realizada com formação acadêmica, que visa carreira profissional. Concluimos, então, que ser pedagogo é um trabalho e mais que isso, uma profissão. Pois permite o vínculo, une capacidades e necessidades e exige formação acadêmica. “Paciência e Persistência”
Assistimos com a professora Jussara o filme “De Porta Em Porta”, de Steven Schachter, que retrata com muita sensibilidade a vida de um vendedor de porta em porta que possui limitações físicas. No filme Bill Porter não apenas trabalha, mas atua além do seu ofício. Ele cria um vínculo especial com cada cliente, acolhe seus problemas e participa de suas vidas. Seu comprometimento vai além do profissional, ele se torna social. O que é impossível um profissional da educação não fazer. Atuar na educação não se limita a ensinar conteúdos. A educação forma a sociedade, pois todos cidadãos passam pela escola (ou deveriam passar...). E este é um trabalho árduo, pois todos os dias, não importa a experiência que se tenha, uma nova situação irá aparecer para desestruturar nossas posturas e, assim, deveremos contruí-las novamente. É preciso ser paciente, persistente e estar aberto para o novo. Viver o novo e interagir com ele.
Pedagogia e Cultura Africana
No exercício de educar para a vida, o pensamento africano mantém como tradição as histórias míticas, que podem ser consideradas como práticas educacionais que chamam a atenção para princípios e valores que vão inserir a criança ou o jovem na história da comunidade e na grande história da vida. Contar mitos, em muitos lugares na África, faz parte do jeito de educar a criança que, mesmo antes de ir para escola, aprende as histórias da sua comunidade, os acontecimentos passados, valorizando-os como novidade. Os mitos de matriz cultural evidenciam valores de convivência e solidariedade, considerando: · saber sobre si mesmo (autoconhecimento); · reconhecimento e manutenção de valores de convivência comunitária; · reverência aos ancestrais e aos espíritos dos familiares; · apreço à figura da mãe, venerada quase como uma entidade; · reverência aos velhos e velhas, como portadores de conhecimentos; · preservação dos fazeres e saberes, costumes e histórias das comunidades; · atenção para a educação de crianças e jovens, com os princípios e valores da comunidade; · manutenção da família, enquanto instituição básica da sociedade.
Por que trabalhar o mito como prática educativa?
Se considerarmos o dicionário, o mito pode ser definido como tradição que, sob forma de alegoria, deixa entrever um fato natural ou histórico. O dicionário ainda nos diz que o mito é a história de um deus ou de um herói, ou de um acontecimento de origem ancestral. Os mitos são metáforas da potencialidade espiritual do ser humano. Isto significa que o herói mitológico sempre foi uma necessidade do homem. A escola sempre privilegiou a mitologia grega, romana, mas é silente no que diz respeito à mitologia reinventada no Brasil. O mito relaciona o indivíduo com a sua própria natureza e com o mundo do qual o indivíduo faz parte. (fonte: texto trabalhado em aula - Mitos afro-brasileiros e vivências educacionais de Vanda Machado)

3. A Educação no Brasil


Segundo a Constuição Brasileira a educação é responsabilidade do Estado e da família, com a colaboração da sociedade. Os princípios da educação no Brasil visam igualdade, liberdade, valorização dos professores, gestão democrática e garantia de padrão de qualidade. Mas será que isso funciona?


LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996

A primeira Lei de Diretrizes e Bases foi criada em 1961. Uma nova versão foi aprovada em 1971 e a terceira, ainda vigente no Brasil, foi sancionada em 1996, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. O texto aprovado em 1996 é resultado de um longo embate, que durou cerca de seis anos, entre duas propostas distintas. A primeira conhecida como Projeto Jorge Hage foi o resultado de uma série de debates abertos com a sociedade, organizados pelo Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, sendo apresentado na Câmara dos Deputados. A segunda proposta foi elaborada pelos senadores Darcy Ribeiro, Marco Maciel e Maurício Correa em articulação com o poder executivo através do MEC. A principal divergência era em relação ao papel do Estado na educação.

Enquanto a proposta dos setores organizados da sociedade civil apresentava uma grande preocupação com mecanismos de controle social do sistema de ensino, a proposta dos senadores previa uma estrutura de poder mais centrada nas mãos do governo. Apesar de conter alguns elementos levantados pelo primeiro grupo, o texto final da LDB se aproxima mais das idéias levantadas pelo segundo grupo, que contou com forte apoio do governo FHC nos últimos anos da tramitação.

O Congresso Nacional define o conceito de educação e o que esta abrange. Como o desenvolvimento na vida familiar, convivência humana, trabalho, instituições de ensino e pesquisa, movimentos sociais, sociedade civil e manifestações culturais. Orienta e monitora a educação escolar desenvolvida normativamente através do ensino em instituições próprias.
E enquanto isso...


O Ensino Fundamental de Nove Anos
RESOLUÇÃO Nº 3, DE 3 DE AGOSTO DE 2005(*)

Define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos de duração.

O presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais de conformidade com o disposto na alínea “c” do Artigo 9º da Lei nº 4024/61, com a redação dada pela Lei nº 9131/95, bem como no Artigo 90, no § 1º do artigo 8º e no § 1º do Artigo 9º da Lei 9.394/96 e com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 6/2005, homologado por despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 14 de julho de 2005, resolve:

Art. 1º A antecipação da obrigatoriedade de matrícula no Ensino Fundamental aos seis anos de idade implica na ampliação da duração do Ensino Fundamental para nove anos.

Art. 2º A organização do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e da Educação Infantil adotará a seguinte nomenclatura:









Art. 3º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.

CESAR CALLEGARI
Presidente da Câmara de Educação Básica


Financiamento da Educação Básica

A partir da LDB estabeleceu-se a descentralização da gestão da Educação Básica, passando para os estados e municípios a gestão orçamentária da Educação Básica.



Financiamento X Avaliação


Avaliação da educação Básica
Avaliação que o estado faz sobre a implantação das políticas públicas de ensino

Referenciais Curriculares Nacionais determinam as competências
e habilidades para os níveis e etapas da Educação Básica.


4. Os Caminhos da Educação



Desde a pré-história o homem começou sua busca pelo conhecimento. Observamos na disciplina de Fundamentos Históricos e Políticos da Educação fatores importantes do processo de aprendizagem do homem pré-histórico e sua construção de conhecimento através da troca. A partir disso a história da educação seguiu sua jornada e sofreu diversas modificações. Os objetivos em relação à educação e conhecimento foram muitos, assim como as relações de poder da palavra e verdade. Esses objetivos ainda são questionados e, provavelmente, continuarão sendo, pelo menos enquanto as pessoas tiverem livre arbítrio e capacidade de questionar.

As Concepções Epistemológicas

Trabalhamos com a professora Clarice Scott, em Teorias Psicogenéticas do Conhecimento, as concepções epistemológicas, que são modelos de “como se dá o conhecimento”. São elas: o empirismo; o apriorismo e o sócio-interacionismo. Analisamos cada uma delas juntamente a uma dinâmica onde compartilhamos lembranças positivas e negativas da escola. Comparamos os relatos com as concepções.

Dentro desta análise crítica percebemos os absurdos do empirismo e sua forma limitada, desrespeitosa, e até pouco humana de educar. Percebemos que freqüentávamos escolas com muitos aspectos empiristas. O abuso da autoridade do professor, a falta de interesse no bem estar emocional do aluno, o tabu de que a criança nada sabe, entre outros. Como diz Eric Berne, psiquiatra norte-americano, "Nascemos príncipes. A educação faz de nós sapos." Na disciplina de Psicologia do Desenvolvimento estudamos os complexos e as modificações que as crianças sofrem antes do período escolar se introduzir em suas vidas. São muitos conflitos e conquistas que a escola, senguindo um pensamento empirista, não percebe e nem valoriza.

Na análise percebemos também a inviabilidade e liberalismo inconseqüente do apriorismo, onde o professor, em seu papel de facilitador, pouco estimula seus alunos e espera que a criança desenvolva sozinha seu próprio conhecimento. Acredito que estas duas concepções foram criadas seguindo alguma lógica da qual desconheço. Mas, em teoria, elas tinham um objetivo de educar, porém sem a preocupação sobre o que realmente importa. No empirismo pouco importava o aluno e seu universo particular como criança e ser humano. No apriorismo não se considerava o questionamento, a construção do conhecimento.

A partir do descontentamento com estas duas concepções apresentadas anteriormente que descartavam o desenvolvimento mental e todo seu contexto na vida da criança, sentiu-se necessidade de criar algo novo, uma nova proposta de ensino. Surge neste momento o sócio-interacionismo, uma prática inovadora e compreensiva de educar. O sócio-interacionismo buscou referências para suas teorias a partir de estudo de teóricos, entre eles Piaget, Wallon, Vygotski, entre outros. Vamos, agora, conhecer Jean Piaget.



Jean Piaget

Jean Piaget, estudou inicialmente Biologia na Suíça, tornou-se doutor em Ciência Naturais e a partir de 1921 dedicou-se à estudos de psicologia, epistemologia genética e educação. Iniciou sua pesquisa sobre o desenvolvimento mental estudando o comportamento de moluscos e sua adaptação ao serem transferidos de ambiente. Concluiu então que o desenvolvimento não se dá apenas pela maturação, mas também pelas variáveis do ambiente. Deu continuidade ao seu trabalho descobrindo as mudanças ontogenéticas (genética ou mudanças internas) no funcionamento cognitivo, do nascimento à adolescência.

Atos cognitivos: organização e adaptação ao meio

Esquemas-estruturas mentais

Processos cognitivos:
•Assimilação (integração de um novo dado)
•Acomodação (integração de novos e velhos dados)
•Equilibração ou Adaptação
(regula e permite incorporação de novas experiências)

Mecanismo de auto-regulação

Desenvolvimento cognitivo:
•Conteúdo
•Função
•Estrutura
•Ação
•Conhec. físico
•Conhec. Lógico matemático
•Conhec. Social


Estágios do Desenvolvimento segundo Piaget e alguns de seus aspectos:

"Conforme vou crescendo, vou mudando e podendo aprender mais"

Estágio sensório motor (0 aos 2 anos):
• a lógica é motora
• esquema reflexo
• jogo circular ou de repetição
• objeto permanente
(representação mental dos objetos)
• maturação neurológica
• correspondência termo-a-termo

Estágio pré-operatório (2 aos 7 anos):
• desenvolvimento da linguagem
e outras formas de representação
• função simbólica ou semiótica
-> jogo de imitação; faz-de-conta; lúdico
• egocentrismo
• realismo nomminal
"o corpo é organizador da linguagem"

Estágio operatório concreto (7 aos 11 anos):
• desenv. lógico-operatório
• aplicar o pensamento a situações concretas
• jogo de regras
• conservação e reversibilidade
• pensa no outro, sai do egocentrismo
• autonomia
• sabe estabelecer relações de cooperação

Estágio formal (acima de 12 anos):
• estruturas cognitivas do sujeito alcançam
seu nível mais elevado de seu desenvolvimento
• as crianças tornam-se aptas a aplicar o raciocínio
lógico a todas as classes de problemas
• capacidade hipotética-dedutiva
e possibilidade de cooperação

PENSANDO EM PIAGET...
Percebo, no trabalho de Piaget, a preocupação com o desenvolvimento cognitivo e moral. Seu trabalho é bem amplo e complexo, por isso, demorei um certo tempo para compreender suas etapas. Fizemos atividades práticas em sala que auxiliaram na assimilação do conteúdo, como a confecção de objetos com sucata e a sistematização dos atos cognitivos segundo Piaget. Colocar a mão na massa faz pensar! :)


Lev Vygotsky

Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) fez seus estudos na Universidade de Moscou para tornar-se professor de literatura.
O objetivo de suas pesquisas iniciais foi criação artística. Foi só a partir de 1924 que sua carreira mudou drasticamente, passando Vygotsky a dedicar-se a psicologia evolutiva, educação e psicopatologia.
A partir daí ele concentrou-se nessas área e produziu obras em ritmo intenso até sua morte prematura em 1934, devido a tuberculose.

(Fonte: http://unumcoretanimauna.blogspot.com/2009/04/lev-s-vygotsky.html)


Conceitos Vygotsky:

1. Processo Sócio-histórico: todo sujeito aprende através da relação

S S

2. Processos Cognitivos ou Psicológicos:

Superiores: processos construídos na relação de mediação social e cultural. Com mediação.
-Exemplo: ao reconhecer este símbolo como o "M" de Mc Donalds, precisamos ter construído já este conceito (acessar a pastinha ;)).

Inferiores: processos reflexos; utilizam da lógica motora. Alguns superiores podem se tornar inferiores/reflexos.

- Exemplo de inferior: piscar os olhos quando alguém bate palmas em frente ao seu rosto.
- Exemplo de superior que se torna inferior: frear no trânsito. O que nas primeiras aulas práticas de direção você precisava pensar antes de fazer, após algum tempo você apenas faz, se torna um reflexo.

3. Mediação:
a) Processo de representação mental -> identificação; a mediação se dá como processo de representação mental por imagens, signos ou símbolos definidos sócio-culturalmente, assumidos e compreendidos por todos: linguagem , imagens, pictogramas...
b) Cultura -> sistema de símbolos

A mediação ocorre para auxiliar o indivíduo e, conforme este vai assimilando os fatos, a mediação vai se afastando, até que o indivíduo possa agir sozinho.



4. Zona de Desenvolvimento Proximal:
Distância entre a Zona de Desenvolvimento Real (ZDR) e a Zona de Desenvolvimento Potencial (ZDPT). O processo ocorre da seguinte forma: o desenvolvimento real é aquele que já foi consolidado pelo indivíduo, de forma a torná-lo capaz de resolver situações utilizando seu conhecimento de forma autônoma. O desenvolvimento potencial é determinado pelas habilidades que o indivíduo já construiu, porém encontram-se em processo. Isto significa que a aprendizagem que gerou o desenvolvimento real, gerou também habilidades que se encontram em um nível menos elaborado que o já consolidado. Desta forma, o desenvolvimento potencial é aquele que o sujeito poderá construir.
Observe o gráfico:















5. Linguagem: é o próprio sistema simbólico -> mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento.

Neste momento Vygotsky e Piaget se chocam: Vygotsky acredita que o sujeito só aprende porque a cultura oferece (social); já Piaget acredita que o corpo organiza a linguagem (motora). Para Vygotsky a assimilação é de fora para dentro e para Piaget é de dentro para fora, porém ambos na interação com o meio. Neste momento é importante considerarmos as duas possibilidades, dependendo da situação.
S S

6. Internalização:
1. Processo Intrapsíquico -> superior
2. Processo Interpsíquico -> mediação

7. Formação de Conceitos:











8. Estágio dos Processos de Formação de Conceitos: propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.

PENSANDO EM VYGOTSKY...
Percebe-se que Vygotsky considera mais a influência sócio-histórico cultural no desenvolvimento cognitivo. Comparando com Piaget, Vygotsky acredita não apenas na interação, mas também na sócio-interação.

Henri Wallon

Nasceu na França em 1879. Antes de chegar à psicologia passou pela filosofia e medicina e ao longo de sua carreira foi cada vez mais explícita a aproximação com a educação.
Em 1902, com 23 anos, formou-se em filosofia pela Escola Normal Superior, cursou também medicina, formando-se em 1908.
Viveu num período marcado por instabilidade social e turbulência política. As duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), o avanço do fascismo no período entre guerras, as revoluções socialistas e as guerras para libertação das colônias na África atingiram boa parte da Europa e, em especial, a França.
Em 1914 atuou como médico do exército francês, permanecendo vários meses no front de combate. O contato com lesões cerebrais de ex-combatentes fez com que revisse posições neurológicas que havia desenvolvido no trabalho com crianças deficientes. Até 1931 atuou como médico de instituições psiquiátricas. Paralelamente à atuação de médico e psiquiatra consolida-se seu interesse pela psicologia da criança.
(fonte: http://www.centrorefeducacional.com.br/wallon.htm)

Conceitos Wallon:

1. Pessoa como um todo

2. Desenvolvimento descontínuo -> rupturas, retrocessos e reviravoltas

3. Conflitos Exógino (de fora para dentro) e Endógeno (orgânico/neurológico; de dentro para fora)

4. Passagem de um estágio para outro -> não é uma simples ampliação, mas uma reformulação.

5. No desenvolvimento -> existem etapas alternadas no predomínio da afetividades e cognição.

6. Afetividade -> sem afeto não existe desenvolvimento cognitivo

7. Movimento -> corpo

8. Cognição -> inteligência


Conhecimento, ciência e a pesquisa na educação

Todo este trabalho desenvolvido pelos teóricos que conhecemos acima envolveu a pesquisa. A prática reflexiva na educação exige muita pesquisa. É, então, trabalho do pedagogo buscar fontes, significados, métodos e resultados. Ciência é a produção de conhecimento no sentido de chegar a novas descobertas. Para isso é necessário observar, experimentar, estabelecer previsões, elaborar teorias e conceitos, escrever e publicar para a socialização dos resultados e utilização na prática. Ou seja, segue-se um processo de pesquisa como o que Jean Piaget nos mostra acima. Porém, existem diversos tipos de pesquisa:

Pesquisa Ação

É uma pesquisa pedagogica que trata a prática educativa como uma ciência. Visa a transformação através da reflexão no processo. Necessita análise, participação e reconhecimento das mudanças ocorridas, pois caminha por processos formativos.

Qual a origem da pesquisa-ação?
Pesquisa-ação tem suas origens no trabalho de Kurt Lewin, em 1946, no conceito pós-guerra, dentro de uma abortdagem experimental, de campo.

Concepção inicial de pesquisa-ação: é uma abordagem experimental, de campo. Que modifica estruturamente. Em 1980 quando absorve seus pressupostos e prespectivas dialéticas (relção de ir e vir), na melhoria da pratica educativa.

QUALIFICAÇÃO DA PRATICA EDUCATIVA: exige reflexão, estudos e ação-reflexão-ação.
Pesquisa -ação critica não pretende apenas compreender ou descrever, mas tranformar.

Existem pelo menos três conceituações diferentes de pesquisa -ação :
Colaborativa: pesquisador faz parte do grupo, então avaliam-se.
Pesquisa-ação crítica: quando visam suas críticas como tranformação.
Pesquisa-ação estratégica: quando pesquisador acompanha os resutados dos sujeitos para a mudança.

5. Quem São as Crianças Com Quem Vamos Trabalhar?

Este tópico pretende explorar o universo particular do aluno como um indíduo que tem uma história, moral, genética, constumes e vontades. Vamos aprofundar o assunto estudando teóricos e o ciclo vital do desenvolvimento.


Sigmund Freud

Nascido no ano de 1856 em Freiberg, na Morávia, Sigmund Freud é considerado o pai da psicanálise. Estudou medicina na Universidade de Viena e desde cedo se especializou em neurologia. Seus estudos foram os pioneiros acerca do inconsciente humano e suas motivações. Ele, durante muito tempo (de fins do século passado até início do nosso século), trabalhou na elaboração da psicanálise.
(fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/freud.htm)

As Fases Psicosexuais do Desenvolvimento segundo Freud:

Fase oral
- a aprendizagem ocorre por incorporação quando a criança leva os objetos até a boca. Através dela "prova o mundo".
Fase anal - a criança aprende a controlar os esfincteres, com esta aprendizagem, que é essencialmente física, se dá outra aprendizagem em nível social: seu controle sobre a sociedade e tudo ao seu redor.
Fase fálica (3-5 anos de idade), subsequente às fases oral e anal, que são organizações pré-genitais.
Latência - o estados de latência é uma organização funcional defensiva.
Adolescência
- envolve, simultaneamente, um afastamento dos primeiros objetos de amor e um reencontro com estes nas novas relações que então se estabelecem.

Erik Erikson

A Teoria do Desenvolvimento Psicossocial foi desenvolvida por Erik Erikson. Nascido na Alemanha em 1902 e faleceu aos 92 anos de idade nos Estados Unidos. É considerado o primeiro psicanalista infantil americano. Tornou-se psicanalista após trabalhar com Anna Freud, porém, em seus estudos, não focou no id e nas motivações conscientes como os demais psicanalistas, mas nas crises do ego no problema da identidade.

As Fases Psicossociais do Desenvolvimento segundo Erikson:

1. Confiança básica X Desconfiança básica (O - 3 anos) - gestação, parto, recém-nascido e os primeiros meses de vida. Época marcada pelo sorriso social (2 ou 3 meses), ansiedade ao outro (7 a 8 meses) e aquisição da negação (11 a 13 anos).

2. Autonomia X Vergonha e Dúvida (3 - 6 anos) - período pré-escolar, mudanças marcantes: físicas (crescimento e amadurecimento neurológico); aquisição de maiores habilidades (principalmente a linguagem); socialização (independência e exploração do ambiente).

3 Iniciativa X Culpa (6 - 12 anos) - a criança deseja alcançar uma meta e, planejando sua ação, utiliza-se de suas habilidades motoras e intelectuais para tal. Estágio preparatório para a adolescência.

4 Adolescência - confusão de papel e formação da identidade

5 Identidade X Confusão de Papel - fase adullta - relacionamento e trabalho

6. Intimidade x Isolamento - Identidade -> estabilizada, as uniões, casamentos, surgem nesta fase. Isolamento -> ocorre por períodos curtos ou longos.Quando o período é curto, não podemos considerar negativo, já que o ego precisa desses momentos para evoluir.

7. Generatividade x Estagnação - caracterizado pela necessidade que o individuo tem de gerar -> gerar qualquer coisa que faça sentir produtor de algo.Pode ter filho. negócios, pesquisas. O sentimento oposto é o da estagnação.

8. Integridade x Desespero - Fase como a final do ciclo psicossocial. É o que muitos professores, chamaríamos de culminância ou avaliação.
Duas possibilidades:
1) desfecho positivo: o individuo procura estruturar seu tempo e se utilizar das experiências vividas em prol de viver bem seus últimos anos.
2) desfecho negativo: estagnar diante do terrível fim, quando as caricias desaparecem e a pessoa entra em desespero.

ADULTO MADURO - Surge uma necessidade de uma modificação significativa na forma de compreender a adultez madura, grande parte da população com características próprias e necessidades específicas.

Erick Erikcson define o último estágio de vida apresentando conflitos entre a integridade do ego versus a desesperança, mas sem duvidas esse todo compõe a sua existência. A forma como o idoso percebe a sua vida, modifica a vivência desta idade.

Donald Woods Winnicott

Winnicott nasceu em Plymouth, Devon, Inglaterra em 7 de abril de 1896, filho de Elizabeth Martha (Woods) Winnicott e do Sr. John Frederick Winnicott, um comerciante que se tornou cavaleiro em 1924 após servir duas vezes como prefeito de Plymouth.

A família era próspera e aparentemente feliz, mas atrás desse verniz, Winnicott se viu como oprimido por uma mãe com tendências depressivas como também por duas irmãs e uma babá. Foi a influência do seu pai, que era um livre-pensador e empreendedor que o encorajou em sua criatividade. Winnicott se descreveu como um adolescente perturbado, reagindo contra a própria auto-repressão que adquirindo sua capacidade de cuidar ao tentar suavizar os sombrios humores de sua mãe. Estas sementes de autoconsciência se tornaram a base do interesse dele trabalhando com pessoas jovens e problemáticas.

Teoria sobre importância e efeitos do cuidado materno

Para Winnicott, cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar; porém, o fato de essa tendência ser inata não garante que ela realmente vá ocorrer. Isto dependerá de um ambiente facilitador que forneça cuidados que precisa, sendo que, no início, esse ambiente é representado pela mãe suficientemente boa. É importante ressaltar que esses cuidados dependem da necessidade de cada criança, pois cada ser humano responderá ao ambiente de forma própria, apresentando, a cada momento, condições, potencialidades e dificuldades diferentes.

Segundo esse autor a mãe suficientemente boa (não necessariamente a própria mãe do bebê) é aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma adaptação que diminui gradativamente, segundo a capacidade deste em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração. (Winnicott, 1971)

O objeto transicional

Em sua teoria, conforme colocado anteriormente, afirma que o “estado de preocupação materna primária” implica uma regressão parcial por parte da mãe, a fim de identificar-se com o bebé e, assim, saber do que ele precisa, mas, ao mesmo tempo, ela mantém o seu lugar de adulta. É, ainda, um estado temporário, pois o bebé naturalmente passará da “dependência absoluta” para a “dependência relativa”, o que é essencial para o seu amadurecimento.


O preconceito racial

Jane Elliott


A polêmica Jane Elliott dedicou-se a um trabalho anti-preconceito racial, onde expõe pessoas brancas e de olhos azuis à discriminação que os negros viveram e ainda vivem. Professora internacionalmente conhecida, palestrante, treinadora de diversidade e receptora da National Mental Health Association Award for Excellence in Education, expõe o preconceito e a intolerância em relação a ele, que é um sistema irracional de uma classe puramente baseada em fatores arbitrários. E se você acha que isso não se aplica a você. . . você está em um rude despertar.

Blue Eyed - Olhos Azuis

Assitindo ao filme Blue eyed, de Bertram Verhaag, em que Jane mostra seu trabalho na luta contra o preconceito provei de diversos sentimentos, pois é o retrato de uma realidade chocante. Também tive, e ainda tenho, algumas dúvidas sobre a metodologia com a qual ela trabalhou o assunto com seus alunos. Achei forte demais para ser aplicado em crianças. Apesar de ser uma professora muito querida por todos, questiono se não há o abuso de autoridade para com seu alunos. Jane se justifica falando da importância de fazer com que os brancos saibam como é sofrer de preconceito, como é viver em uma sociedade em que qualquer representação de felicidade, sucesso profissional e perfeição está ligada a pessoas brancas e com olhos azuis. Nas minhas anotações sobre o filme pude concluir que o mal prevalece quando pessoas boas se omitem. Se você deixa o preconceito acontecer, você está colaborando com ele. Nós temos poder na sociedade. Nós colocamos cada um no seu papel. Não fazer nada é colaborar com o opressor. "Usamos livros didáticos culturalemnte tendenciosos, temos fotos tendenciosas nas paredes, e ensinamos uma história tendenciosa com mapas culturalmente tendenciosos. E esta tendenciosidade favorece os brancos." (Jane Elliott, no filme Blue Eyed)



"...Eu tenho um sonho que algum dia esta nação irá se levantar e viver o verdadeiro significado de sua crença. Nós acreditamos na verdade indiscutível de que todo o homem é igual..."
(Martin Luther King, no seu famoso discurso de agosto de 1963, em Washington)

A Construção do Masculino e Feminino: As identidades em questão

As mudanças ocorridas quanto ao lugar e o papel das mulheres na sociedade ao longo das últimas décadas transformaram profundamente a visão tradicional da diferença entre os sexos. Uma crise que, definitivamente, traz liberdade tanto para os homens quanto para as mulheres.

A felicidade do homem é: eu quero; a felicidade da mulher é: ele quer" Jogo de papéis ou marca profunda da identidade?

Foi assim que Nietzsche caricaturou a dualidade humana em Assim Falou Zaratustra. Quem ainda ousaria fazê-lo hoje? "Eu sou negra, lésbica, feminista, guerreira, poeta, mãe."

Através dessa lista vibrante, a americana Audre Lorde (1934-1992) descrevia a sua identidade. Professora universitária, militante e escritora, estaria ela apresentando uma reivindicação extremista ou uma simples ilustração da complexidade contemporânea da identidade feminina?

Identidade: eis aí um conceito bem atual. Investigação de suas origens, particularismos locais, reivindicações da terra, músicas e línguas regionais... Imediatamente, os políticos assumem a causa, assim como os publicitários e o marketing. O mesmo ocorre com a nossa definição sexual, nosso gênero, empregando o conceito anglo-saxão de "gender": a construção social da diferença dos sexos. "Experiência feminina é a palavra-chave da época, junto com identidade", diz Françoise Thébaud em Ecrire l'Histoire des Femmes (Escrever a história das mulheres), a mais recente síntese historiográfica sobre o assunto. O debate sobre a paridade e a força do feminismo mostra de fato que a diferença dos sexos continua sendo uma questão de poder. Assim, enquanto algumas pessoas gostam de acreditar que o feminismo é um combate de retaguarda (os adjetivos para qualificá-lo são algumas vezes edificantes), ele continua sendo antes de tudo um movimento diversificado e sempre atual.

De fato, este final de século é marcado pela virulência dos debates sobre as relações homens-mulheres. Seu ponto central é a questão da identidade. Será que se pode falar de identidades masculina e feminina? Quais são seus respectivos fundamentos? Será preciso dosar a diferença biológica e a educação social? Ou opor-se às duas? Estes são os dois rumos do feminismo contemporâneo. É também a chave da leitura da crise de identidade vivida por muitos homens e mulheres.

(fonte: http://www.mitologica.com.br/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=41&Itemid=2)

"Cada criança é uma singularidade. Cada um é único. E vivem no meio social."
(conclusão de conversa na aula da profª Clarice)



6. A Ousadia de Ser Diferente

O construtivismo e seus colaboradores


Madalena Freire
“Estar vivo é estar em conflito permanente, produzindo dúvidas, certezas questionáveis. Estar vivo é assumir a Educação do sonho do cotidiano. Para permanecer vivo, educando a paixão, desejos de vida e morte, é preciso educar o medo e a coragem. Medo e coragem em ousar. Medo e coragem em romper com o velho. Medo e coragem em assumir a solidão de ser diferente. Medo e coragem em construir o novo. (...) Este é o drama de permanecermos vivos... fazendo Educação.” (Freire, Madalena)

Como percebemos no texto de Madalena Freire, filha de Paulo Freire, o construtivismo propõe que a prática pedagógica seja sempre analisada, reflexiva e transformada. Essas transformações podem causar desequilíbrio, mas é apenas com ele que haverá a mudança.

Fernando Becker

"Construtivismo significa isto: a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento."

"Entendemos que construtivismo na Educação poderá ser a forma teórica ampla que reúna as várias tendências atuais do pensamento educacional. Tendências que têm em comum a insatisfação com um sistema educacional que teima (ideologia) em continuar essa forma particular de transmissão que é a Escola, que consiste em fazer repetir, recitar, aprender, ensinar o que já está pronto, em vez de fazer agir, operar, criar, construir a partir da realidade vivida por alunos e professores, isto é, pela sociedade – a próxima e, aos poucos, as distantes. A Educação deve ser um processo de construção de conhecimento ao qual ocorrem, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído.”
"Construtivismo, segundo pensamos, é esta forma de conceber o conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento – e, por conseqüência, um novo modo de ver o universo, a vida e o mundo das relações sociais."
(Becker, Fernando, 1994)

Becker explica com este texto conceitos básicos do contrutivismo, explicitando novamente a importância da pesquisa, avaliação, auto-avaliação, reflexão e mudança.

Paulo Freire

Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

Biografia

Paulo Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Sua família fazia parte da classe média, mas Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, uma experiência que o levaria a se preocupar com os mais pobres e o ajudaria a construir seu revolucionário método de alfabetização.

Por seu empenho em ensinar os mais pobres, Paulo Freire tornou-se uma inspiração para gerações de professores, especialmente na América Latina e na África. Pelo mesmo motivo, sofreu a perseguição do regime militar no Brasil (1964-1985), sendo preso e forçado ao exílio.

O educador procurou fazer uma síntese de algumas correntes do pensamento filosófico de sua época, como o existencialismo cristão, a fenomenologia, a dialética hegeliana e o materialismo histórico. Essa visão foi aliada ao talento como escritor que o ajudou a conquistar um amplo público de pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos, quase sempre ligados a partidos de esquerda.

A partir de suas primeiras experiências no Rio Grande do Norte, em 1963, quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias, Paulo Freire desenvolveu um método inovador de alfabetização, adotado primeiramente em Pernambuco. Seu projeto educacional estava vinculado ao nacionalismo desenvolvimentista do governo João Goulart.


"A Importância do Ato de Ler"

O livro de Paulo Freire apresenta textos de uma palestra sobre a importância do ato de ler, em uma comunicação sobre as relações da biblioteca popular com a alfabetização de adultos. Esta experiência foi desenvolvida pelo autor e sua equipe em São Tomé e Príncipe. Fala sobre a importância da leitura na alfabetização, comentando aprendizados que ocorreram durante sua vida, citando experiências pessoais e profissionais. Também mostra a importância da leitura do mundo para se obter uma leitura da palavra, pois o ato de ler deve se dar na experiência existencial.

O autor relata que o interesse pela leitura da palavra acontece apenas após a interação com o objeto da palavra, através da interação com o meio (ou mundo particular). Cita também que a partir do momento que o indivíduo interage, analisa e adquire interesse/curiosidade quanto ao objeto pode, então, compreendê-lo, apreendê-lo e, assim, memorizá-lo. Não de forma mecânica, mas de um jeito em que aconteça uma assimilação do mesmo. A partir do momento em que o objeto faz parte do mundo particular do educando e que este sente-se instigado a conhecê-lo melhor surge a possibilidade de aprender.

Perecebe-se que Freire utiliza uma linguagem acessível e dialogante, ou seja, proporciona uma leitura agradável. Apesar da complexidade do assunto os objetivos do autor são claros. Freire expõe que é necessário que a questão da leitura e da escrita seja vista como uma luta política, onde apenas compreendendo o problema pode-se caminhar por pocessos evolutivos. O auto sempre lembra da natureza política do processo educativo, assim como a postura do educador que deve ser coerente, conscientizadora e com comprometimento social.

O texto também fala sobre a importância da democracia dentro da sala de aula e da postura de autoridade democrática do professor na mesma. E, para isso, a reflexão é um ponto de partida e acompanha durante todo o processo de desenvolvimento. É preciso saber, por exemplo, que lidar com o povo não quer dizer “defendê-lo” ou “salvá-lo”. Deve-se valorizar a cultura do meio, dando importantância a esta realidade. Freire mostra que importância do ato de ler implica na percepção crítica e na re-escrita do lido e não apenas ler e “devorar” o texto. Deve-se ter compreensão crítica da leitura, pois isso mostra a assimilação sobre o texto.

No segundo texto do livro, Paulo Freire aborda a questão de que o governo trata a educação de forma antipopular. Considerando que a “leitura” do concreto e desvelamento do mundo não são direito do povo. Mostrando o autoritarismo das classes superiores. Neste momento Freire sugere que no lugar da manipulação deve estar a formação de cidadãos críticos, participativos e democráticos. Deve haver também o interesse do governo em investir nisso.

Segundo Freire, a alfabetização de adultos e a pós-alfabetização precisa contribuir para que o povo atue na formação da própria sociedade,já que pertence a ela. O autor considera o ato de estudar, por ser um ato que desperta da curiosidade é a forma de se fazer presente na sociedade, construindo o novo, se posicionando e não apenas repetindo o que outras gerações já fizeram.

Freire explica de uma forma bem simples as etapas que considera importante ao se trabalhar um texto. De forma em que devemos ter um "pretexto", objetivo com a leitura. Então chegamos ao texto, nosso objeto de trabalho. E a partir dele trabalhamos o contexto, ou seja, o todo.

PRETEXTO
TEXTO
CONTEXTO

7. Os Obstáculos no Caminho

As Críticas e limitações

Infelizmente, apesar de ser nítida a necessidade de mudanças, nem sempre as iniciativas e revoluções que o professor sofre para melhorar seu trabalho são bem-vindas. A crítica pode vir que qualquer lado: dos pais que se sentem ameaçados com as novas propostas da pedagogia; dos diretores que temem que novos métodos possam provocar o fracasso de sua escola; dos colegas de trabalho e seu preconceito com o diferente; de mídias que muitas vezes desconhecem e distorcem a imagem do professor; ou até dos próprios alunos que não estão acostumados e ainda não compreendem bem as propostas construtivistas. Mas o pior de tudo é o questionamento do próprio professor. Auto-crítica é importânte sim, mas algumas questões podem invadir o dia-a-dia do professor e lhe causar desconforto com a profissão.
Mas afinal, por que estamos aqui? No que acreditamos? O que nos faz acreditar neste sonho? próximo tópico pode nos ajudar a responder estas perguntas...

8. A Recompensa


A maçã

Chegamos ao fim desta análise sobre a identidade do professor, pensando: Mas vale a pena? Tanta luta, desafios, provações... qual a recompensa? Considerando as reflexões feitas durante todo o portfólio posso concluir que: por ser um trabalho, uma profissão e por mais que a remuneração seja importante para qualquer pessoa, este não pode ser o motivo da escolha pela pedagogia. Por isso para ser pedagogo a realização deve estar em diversos momentos do seu dia-a-dia. Em cada sorriso, em cada nova aprendizagem, em cada conflito, em cada atividades que foi um sucesso e até naquelas que fracassaram, onde fica o aprendizado mais uma vez. Estes momentos são o verdadeiro motivo de estar na pedagogia.


AMOR PACIÊNCIA DEDICAÇÃO

HUMILDADE COMPETÊNCIA COMPREENSÃO

FORÇA PERSISTÊNCIA SABEDORIA

VONTADE DE APRENDER VONTADE DE ENSINAR

CRIATIVIDADE CONFIANÇA